quarta-feira, 28 de janeiro de 2009


Declínios e Extinções

De uma forma mais ou menos rápida, o declínio de uma espécie ocorre quando nas suas populações a mortalidade excede a natalidade e a emigração excede a imigração. Se este curso se mantiver, a extinção acontece, ou seja , a espécie desaparece de parte ou da totalidade da sua área de distribuição. Em geral, a extinção de uma espécie não acontece simultaneamente em toda a sua área de ocorrência. Começa com extinções locais isoladas, quando as condições ambientais se degradam. Frequentemente as extinções locais são desencadeadas quando, por destruição de habitat, os indivíduos desalojados não encontram habitat adequado; começam então a ocupar habitat marginal e podem reduzir a sua taxa de reprodução ou sucumbir à predação e falta de recursos. À medida que o habitat se torna mais fragmentado, a distribuição da espécie vai-se reduzindo a pequenos núcleos populacionais isolados, com reduzido contacto com outras populações da mesma espécie. Como resultado, estas pequenas populações ficam fragilizadas e com uma capacidade reduzida de resistir às alterações ambientais.
As extinções acontecem actualmente a um ritmo acelerado. Foi estimado que diariamente se extinguem cerca de 100 espécies, a maior parte delas ainda desconhecidas para a ciência. O maior número de extinções terá ocorrido apartir do século XVII, calculando-se que desde então tenham desaparecido do nosso planeta cerca de 486 espécies animais e 600 de plantas, e que outras 3565 espécies animais e 22137 de plantas estejam actualmente ameaçadas de extinção. O Novo Mundo e a Ásia têm a maior contribuição para o actual cenário de perda de espécies, sendo a Indonésia,India, Brasil e China os países com maior número total de espécies de mamíferos e aves ameaçadas. Quanto às plantas, o seu declínio faz-se sentir sobretudo na América do Sul e Central, África Central e Ocidental e no Sudoeste Asiático.Embora a extinção seja um processo natural, tendo-se registado ao longo dos milhões de anos da história da Terra o aparecimento e desaparecimento de inúmeras espécies, sabe-se que mais de 75% das extinções históricas foram provocadas por acção do Homem.

Recuperar espécies em risco: uma operação por passos
Na perspectiva da conservação da biodiversidade do nosso planeta, têm-se dirigido muitos esforços no sentido de controlar a extinção das espécies. Neste processo, o primeiro passo é identificar quais as espécies que se encontram em risco de extinção, ou seja, avaliar o estatuto de ameaça das espécies. Nesta avaliação, confundir abundância com invulnerabilidade é um erro frequente; com efeito, uma espécie em declínio pode ser relativamente comum até pouco antes de se tornar rara. Basicamente, os declínios podem ser detectados através da avaliação da tendência populacional, traduzida na variação do número de indivíduos. Mas a contracção da área de ocorrência de uma espécie é outro um sinal de potencial problema, que também evidencia um declínio. Numa tentativa de classificar as espécies em função do seu risco de extinção, a UICN (Union International pour la Conservation de la Nature) define diferentes categorias de ameaça para as espécies, tendo em conta critérios objectivos como a taxa do seu declínio, a dimensão da sua área de distribuição e o tamanho actual da população: Criticamente Em Perigo, Em Perigo, Vulnerável. A estas categorias estão associadas diferentes probabilidades de extinção.Nas aves, grupo particularmente bem estudado, 11% das espécies conhecidas foram classificadas como estando ameaçadas de extinção, estando 168 catalogadas como Criticamente em Perigo, 235 como Em Perigo e 704 como Vulneráveis. Prevê-se que, se não se tomarem medidas adequadas, 400 espécies de aves desaparecerão nos próximos 100 anos, das quais 200 nos próximos 20 anos e 100 nos próximos 5-10 anos.

O segundo passo a dar no sentido de evitar a extinção é identificar as causas do declínio. Para compreender quais os factores que estão a conduzir uma espécie à extinção e como estão a actuar, é fundamental ter um sólido conhecimento de base da biologia e ecologia da espécie em causa.
Os factores que levam uma espécie ao declínio podem ser de vária ordem. A alteração do habitat (perda ou degradação) é avançada como a causa dominante das extinções. A introdução de espécies é também um factor relevante: as espécies exóticas podem predar, competir ou provocar distúrbios nas espécies indígenas, calculando-se que o impacto de animais introduzidos esteja implicado em c. 40% das extinções históricas. A sobreexploração pelo homem, por exemplo através da caça ou da pesca, é outro factor frequente de declínio. A contaminação ambiental, as doenças e a consanguinidade são ainda factores importantes.
Poucos destes factores actuam isoladamente; é frequente que exerçam efeito em conjunto, quer em simultâneo quer em sequência.
Por fim, o último passo na sequência de recuperação das espécies em perigo de extinção é inverter a tendência de declínio, removendo ou neutralizando os seus agentes. Esta intervenção, se concebida como um evento experimental, tem o poder de confirmar o diagnóstico feito e de avaliar o sucesso da operação.
São vários os processos de inversão da extinção das espécies. Frequentemente, tem de se recorrer a suplementação de recursos, quer de alimento quer de locais de reprodução ou abrigo, através de uma correcta gestão do habitat. O controle das perdas populacionais directas, resultantes de sobreexploração, predação, doença ou contaminação ambiental, que subtraem indivíduos ao efectivo populacional, é também uma medida importante; este efeito consegue-se através de legislação e educação, e de erradicação e controle de predadores, de parasitas e de competidores.
Muitas situações exigem o reforço das populações, por adição de indivíduos, podendo ser usados para tal indivíduos selvagens (translocação) ou criados em cativeiro. Esse aumento do efectivo populacional pode ser efectuado para ultrapassar os riscos de a população ser demasiado pequena ou mesmo para estabelecer de novo uma população na natureza.
A experiência de recuperação de espécies ameaçadas de extinção, obtida ao longo dos anos, indica que apenas acções concertadas em locais estratégicos do globo, com grande incidência de declínios, podem inverter esta tendência global.
Os exemplos de extinções longínquas e de recuperações próximas bem sucedidas são lições que orientam os passos a dar neste futuro da conservação da Natureza.
A extinção do Dodo Raphus cucullatus é um facto irreversível. Ocorreu no século XVII, na sequência da chegada dos portugueses e holandeses às Ilhas Mascarenhas, no Pacífico. Para além da caça, a introdução de porcos e macacos, que não só competiram pelo alimento como predaram ovos e crias, teve um efeito decisivo naquela espécie de ave que, sem capacidade de vôo e nada adaptada a uma tão rápida e drástica alteração ambiental, acabou por sucumbir.
CADEIA ALIMENTAR

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009






O que é um sismo?
Um sismo é um fenómeno natural consequente de uma quebra mais ou menos violenta no interior da crosta terrestre, que consiste na oscilação das placas tectónicas. Este fenómeno provoca oscilações que se transmitem a uma área envolvente.
Usualmente os sismos devem-se a deslocamentos ao longo de falhas geológicas existentes entre as placas tectónicas que constituem a superfície terrestre. Estas movimentam-se entre si.

Quanto tempo dura um sismo?
A duração de um sismo varia desde poucos segundos a dezenas de segundos, invulgarmente excedendo um minuto. Depois de um sismo principal há usualmente reajustamentos de rochas que provocam sismos mais fracos. Estes pequenos sismos são denominados réplicas.
Podemos prever um sismo?
Apesar de muitos cientistas estarem a estudar este assunto ainda não é possível prever um sismo. No entanto é possível minimizar os seus destroços, identificando zonas de maior risco. Estes destroços podem ser diminuídos construindo estruturas mais firmes, desenvolvendo a educação da população (principalmente no que diz respeito às medidas de segurança a serem tomadas) e organizando um plano de emergência.
Os sismos em Portugal continental
Os dados disponibilizados pelo Instituto de Meteorologia demonstram que a actividade sísmica do território português resulta de fenómenos localizados na fronteira entre as placas euro-asiática e africana (sismicidade interplaca) e de fenómenos localizados no interior da placa euro-asiática (sismicidade intraplaca).
Em função do enquadramento geodinâmico regional do território continental português verifica-se que a sismicidade, associada a falhas activas apresenta dois casos distintos:
. Para sismos gerados no oceano (sismos interplacas) a sua sismicidade pode considera-se elevada. Os sismos apresentam magnitudes elevadas e períodos de retorno de algumas centenas de anos;
. Para sismos intraplaca a sismicidade é moderada passando a baixa nas zonas situadas no norte de Portugal. Este facto não significa que nestas zonas não possam ocorrer sismos de magnitudes significativas mas que os seus períodos de retorno são da ordem dos milhares a dezenas de milhares de anos.
A carta das máximas intensidades observadas até à actualidade, permite-nos concluir que o risco sísmico no Continente é significativo: as maiores concentrações demográficas situam-se no seu litoral, precisamente nas áreas de maiores intensidades sísmicas observadas. A entidade responsável pela vigilância sísmica em Portugal é o Instituto de Meteorologia, que apresenta semanalmente um resumo da sismicidade ocorrida no Continente
Efeitos dos sismos(valores em escala de Mercalli)
Os sismos podem ser lidos em várias escalas, hoje vamos usar a de Mercalli:
. Grau 1: no grau 1(nível mais baixo) os sismos passam despercebidos.
. Grau 2: as pessoas a dormir em andares mais altos sentem um certo movimento.
. Grau 3: os objectos começam a oscilar.
. Grau 4: os objectos chocalham e os carros estacionados balançam.
. Grau 5: toda a gente sente os movimentos, os líquidos derramam, os quadros balançam e as portas abanam.
. Grau 6: existe dificuldade em caminhar, as janelas partem-se, os quadros caem e o estuque racha.
. Grau 7: as pessoas caem e as chaminés racham.
. Grau 8: os carros são difíceis de controlar, as paredes desfazem-se e as chaminés caem.
. Grau 9: alguns edifícios ruem, o solo racha e os canos soltam-se.
. Grau 10-11: os edifícios ficam reduzidos a ruínas e ocorrem derrocadas de terras nas colinas.
. Grau 12: destruição total.
Que fazer antes de um sismo?
a) Procurar ler algo sobre sismos e seus efeitos
b) Em casa:
- Preparar a casa de forma a facilitar os movimentos em caso de sismo
- Estudar os locais de maior protecção
- Fixar os móveis e as botijas de gás à parede
- Coloque os objectos pesados ou de grande volume no chão ou nas estantes mais baixas
- Ensine a todos os familiares como desligar a electricidade e cortar a água e o gás
- Tenha à mão uma lanterna eléctrica e um transístor portátil e pilhas de reserva para ambos, bem como um extintor e um estojo de primeiros socorros
- Armazene água em recipientes de plástico fechados e alimentos enlatados para 2 ou 3 dias. Renove-os de tempos a tempos
c) Pense no que deve fazer quando ocorrer um terramoto e estiver:
- em sua casa
- em casa de amigos
- no local de trabalho
- numa sala de espectáculos
- na rua
d) Realize em casa ou no local de trabalho exercícios de treino das presentes medidas.
Que fazer durante um sismo?
a) EVITE 0 PÂNICO por todos os meios ao seu alcance. Mantenha serenidade e acalme as outras pessoas.b) SE ESTÁ EM CASA OU DENTRO DUM EDIFÍCIO:
- Nas habitações colectivas não vá para a rua. As saídas e escadas poderão estar obstruídas. Nunca utilize os elevadores.
- Tenha cuidado com a queda de objectos, candeeiros ou móveis
- Mantenha-se afastado das janelas, espelhos e chaminés
- Proteja-se no vão de uma porta interior, no canto de uma sala ou debaixo de uma mesa ou mesmo de uma cama
c) SE ESTÁ NA RUA:
- Dirija-se para um local aberto, com calma e serenidade.
- Enquanto durar o sismo não vá para casa
- Mantenha-se afastado dos edifícios velhos, altos ou dos postos de electricidade e outros objectos que lhe possam cair em cima.
- Afaste-se de taludes ou muros que possam desabar
d) SE ESTÁ NUM LOCAL COM MUITA GENTE (CINEMA; ETC):
- Não se precipite para as saídas.
e) SE VAI A CONDUZIR:
- Pare a viatura afastada de edifícios, muros, taludes, postes e cabos eléctricos, e permaneça dentro dela.
Que fazer depois de um sismo?
a) Nos primeiros minutos após:
- Domine o PÂNICO Mantenha a calma. Vá pensando no que deve fazer.
- Não se precipite para a escada ou para as saídas
- Conte com a ocorrência de uma possível réplica
- Não fume nem faça lume. Não ligue os interruptores. Pode haver fugas de gás ou curto circuitos. Utilize a lanterna eléctrica.
- Corte a água e o gás, desligue a electricidade
- Calce sapatos e proteja a cabeça e a cara com um casaco, uma manta, um capacete ou um objecto resistente e prepare agasalho.
- Verifique se há incêndios. Tente apagá-los. Se o não conseguir, avise os Bombeiros da sua zona
- Verifique se há feridos e preste-lhes os primeiros socorros se necessário. Se houver feridos graves não os remova a menos que corram perigo
- Limpe os produtos inflamáveis que se tenham derramado (álcool, tintas, etc.)
- Se puder solte os animais domésticos. Eles tratarão de si próprios.
- Afaste-se da costa marítima. Pode ocorrer uma onda gigante (tsunami)
- Ligue o transístor e cumpra as recomendações que ouvir pela rádio
b) Nas horas seguintes:
- Mantenha a calma e cumpra as instruções que a rádio difundir. Esteja preparado para outros abalos (réplicas) que costumam suceder-se ao sismo principal
- Se encontrar feridos graves, chame as equipas de socorro para promover a sua evacuação
- Se houver pessoas soterradas, informe as equipas de salvamento. Entretanto se for capaz, sem perigo, de os começar a libertar, tente fazê-lo retirando os escombros um a um, começando pelo de cima. Não se precipite, não agrave a situação dos feridos ou a sua própria.
-Evite passar por onde haja fios eléctricos soltos e tocar em objectos metálicos em contacto com eles
- Não beba água de recipientes abertos sem a ter examinado e filtrado por coador, filtro ou simples pano lavado
- Verifique se os canos de esgoto estão em bom estado e permitem utilização
- Não utilize o telefone excepto em caso de extrema urgência (ferido grave, fuga de gás, incêndio, etc.)
- Não propague boatos que podem causar muitos danos após uma catástrofe
- Coma alguma coisa. Sentir-se-á melhor e o seu moral ficará reforçado e portanto mais capaz de ajudar os outros
- Se a sua casa estiver muito danificada abandone-a. Reúna os recipientes de água, os alimentos e os medicamentos necessários (cardíacos, diabéticos, etc.)
- Acate as instruções que a rádio difundir
- Não preocupe com os edifícios com grandes estragos nem se aproxime das estruturas danificadas
- Acalme os seus familiares, os mais jovens e os idosos. São os que mais sofrem com o medo
- Corresponda aos apelos que forem divulgados e caso lhe seja possível colabore com as equipas de socorro
- Não circule pelas ruas para observar o que aconteceu. Liberte-as para as viaturas de socorro.

sábado, 10 de janeiro de 2009

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Sismos

Um sismo é uma vibração brusca da superfície terrestre. É o resultado de movimentos das placas litosféricas ou da actividade vulcânica.
O local onde é gerado denomina-se foco sísmico ou hipocentro. O epicentro fica em linha recta na superfície, sendo o local onde o sismo é sentido com maior intensidade.

Para quantificar um sismo existem duas grandezas: a magnitude e a intensidade. A magnitude está relacionada com a energia libertada por um sismo, enquanto que os estragos causados indicam a sua intensidade. Assim por cada sismo existe uma magnitude, mas várias intensidades. Quanto mais longe do epicentro menores são os seus efeitos, pois existe uma progressiva perda de energia.
A Escala de Richter indica valores de magnitude e a Escala de Mercalli os de Intensidade.