sábado, 2 de maio de 2009

Transporte nas plantas

Designa-se por transporte o movimento de moléculas e de iões entre diferentes compartimentos de um sistema biológico.
Se o transporte se faz entre a célula e o meio exterior, este movimento é controlado pela membrana citoplasmática que determina qual o tipo de molécula ou ião que se move para dentro ou para fora da célula, qual a direcção e a velocidade do transporte.
Os organismos simples, formados por uma célula ou por um número reduzido de células, não necessitam de sistemas de transporte especializados.
Os seres mais complexos, como por exemplo as plantas terrestres, desenvolveram não só um sistema radicular que lhes permite absorver do exterior água e sais minerais, mas também um sistema condutor formado por dois tipos de vasos - o xilema, que transporta essencialmente água e sais minerais e o floema, que transporta água, compostos orgânicos e sais minerais.
Designa-se por translocação a circulação dos fluidos ao longo da planta quer a distâncias curtas(isto é, de célula, através dos plasmodesmos), quer a longas distâncias, em condutas especiais - o xilema e o floema.

Sistema Radicular de Captação de Água e Sais Minerais
A água existente no solo e, dissolvidos nela, existem sais minerais sob a forma de iões que, deste modo, podem ser facilmente absorvidos pelas plantas.
É pelas raízes que a planta absorve água e sais minerais da solução do solo. Mas, se a absorção é possível ao longo de toda a raiz, é, no entanto, através dos pêlos radiculares (zona pilosa da raiz) que a absorção é maior. Os pêlos radiculares são células epidérmicas com prolongamentos que se estendem por entre as partículas do solo. A existência de pêlos radiculares aumenta consideravelmente a superfície de absorção.
Existem dois tipos de movimentos de absorção. Um é contínuo e dá-se de célula a célula, através dos plasmodesmos das células que contactam entre si. Outro é descontinuo e dá-se através das paredes celulares (celulósicas) e dos espaços intercelulares - este movimento envolve espaços exteriores à célula.
A epiderme representa, assim, apenas uma fracção da superfície absorvente.
A camada celular que limita inteiramente a zona corticial e a separa do cilindro central é o endoderme.
A existência, nesta camada, de espessamentos suberosos nas paredes celulares(pontuações de Caspary) impede a circulação através da parede da célula, obrigando, a partir de certa altura, a fazer-se a entrada dos solutos através dos plasmodesmos.
A endoderme funciona, portanto, como um filtro em relação às substâncias que circulam na água.
A água é absorvida em grande parte por osmose e alguma por transporte activo.
A maior parte dos sais minerais é absorvida com gasto de energia, embora uma parte penetre na célula por difusão.

Factores que Condicionam a Absorção de Água e Sais Minerais

A quantidade de água absorvida pelo sistema radicular depende da quantidade de água do solo disponível para a planta, do arejamento, da temperatura do solo, da concentração da solução e da taxa de transpiração. A água que está disponível para a planta vai diminuindo à medida que a planta a utiliza, os espaços capilares vão-se esvaziando e as partículas do solo retêm cada vez mais energicamente a água que resta. Os solos encharcados, no entanto, também prejudicam a absorção. Eles são pouco arejados e portanto deficientes em oxigénio. O processo respiratório é afectado e não se forma energia suficiente para o transporte activo.
Concentrações muito elevadas de iões em solução do solo também dificultam a absorção.
As baixas temperaturas fazem diminuir a absorção, podendo levar à congelação da água do solo e a absorção ser então nula. As temperaturas elevada, mas dentro de valores compatíveis com a vida, favorecem a absorção, verificando-se uma relação entre as taxas de absorção e transpiração.

Transporte no Xilema
Quando a água e os seus minerais atingem os vasos xilémicos, são transportados até às folhas.
Para explicar este movimento surgiram duas teorias:
A. Pressão radicular;
B. Coesão-tensão.

A - Teoria da Pressão Radicular

Em algumas plantas, como por exemplo no tomateiro, cortando o caule junto ao solo, verifica-se a libertação de água e sais minerais - exsudação - na região seccionada.
Adaptando um tubo manométrico na porção enraizada da planta, verifica-se uma pressão radicular que pode ser media com um manómetro. A pressão é condicionada pelo transporte activo de iões que são lançados no interior dos vasos xilémicos, resultando daí uma concentração mais elevada de iões no interior da raiz em relação à água do solo. Estabelece-se assim uma diferença de pressão asmótica que força a entrada de água na raiz e a ascensão da mesma nos vasos xilémicos.
A pressão radicular não é suficiente para forçar a água a ascender até grandes alturas. No entanto, é um importante mecanismo auxiliar na condução de água no xilema, embora nem todas as plantas desenvolvam pressão de raiz.

B - Teoria da Coesão-Tensão

Nesta teoria, o movimento ascensional de soluto xilémico explica-se do seguinte modo:
  • a planta, através das folhas, perder água por transpiração;
  • o conteúdo celular fica mais concentrado e a falta de água é reposta com água vinda das células vizinhas. Eventualmente, esta água pode provir directamente dos vasos xilémicos;
  • as folhas passam a exercer uma tensão ou força de sucção que se faz sentir ao longo da coluna de xilema do caule;
  • sujeitos a esta força de sucção, a água e os sais minerais circulam desde a raiz até às folhas, numa coluna contínua;
  • a continuidade da coluna de liquido é explicada pelas forças de coesão(união de moléculas idênticas) das moléculas de água e adesão(atracção e união de moléculas diferentes) das moléculas de água às paredes dos vasos estreitos do xilema.

O que determina a ascensão de soluto xilémico é, portanto, a sucção transpiratória, já demonstrada por Dixos e Joly no principio do século.
Este mecanismo é conhecido por teoria de Dixon, por mecanismo de coesão-adesão-tensão ou sucção transpiratória.

Sintetizando:

  • O movimento do soluto xilémico é fundamentalmente devido aos seguintes factores:
    à pressão radicular, que gera uma força no interior da raiz;
  • à capacidade, que facilita a ascensão do soluto xilémico(a capilaridade depende da coesão entre as moléculas do líquido e da sua adesão às paredes do xilema);
  • à transpiração, que gera uma sucção.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Fotossíntese
Os seres autotróficos são seres capazes de produzir compostos orgânicos a partir de substâncias minerais, utilizando uma fonte externa. Existem dois tipos de seres autotróficos: os fotoautotróficos, que utilizam energia luminosa; e os quimioautotróficos, que utilizam energia resultante de reacções de oxidação-redução de determinados compostos químicos.
A fotossíntese é o processo autotrófico mais conhecido e também o principal meio de obtenção de matéria pelos seres autotróficos, sendo utilizado por cianobactérias, algas e plantas. A partir de energia luminosa, dióxido de carbono e água, estes seres produzem compostos orgânicos a partir de compostos inorgânicos existentes no solo.
A fotossíntese divide-se em duas fases: a fase dependente da luz e a fase não dependente directamente da luz.
Fase dependente da luz
Cloroplasto

O Cloroplasto é um organito celular situado nas células das plantas, constituído por uma membrana externa, e uma membrana interna. No seu interior podemos encontrar os telacóides, que se encontram empilhados, sendo assim designados Grana. É nos tilacóides que ocorre a fase dependente da luz da fotossíntese.
Os seres fotossintéticos são capazes de sintetizar pigmentos fotossintéticos (clorofilas ou carotenóides) que captam a energia luminosa. Estes pigmentos são capazes de absorver luz com comprimentos de onda entre os 400 a 500nm e os 600 a 700nm (nm = nanómetros). A absorção é feita entre estes valores intermédios, pois comprimentos de onda com valores mais elevados provocam danos nas células.
Quando os fotões provenientes da energia luminosa transmitem energia aos electrões dos átomos que compõem os pigmentos fotossintéticos, esses electrões ficam mais energéticos, passando para um estado de maior energia, denomiado estado excitado.
Como tudo na natureza tem de voltar ao equilíbrio, estes electrões vão tentar livrar-se dessa energia a mais.
Os electrões em estados de maior energia encontram-se cada vez mais afastados do núcleo, sendo assim mais difícil para o núcleo manter os electrões "ligados" a si. Deste modo, estes electrões excitados podem ser cedidos aos átomos de outras moléculas próximas, por isso denominadas aceptores, dispostas ao longo da membrana interna do cloroplasto. Isto leva à ocorrência de uma reacção REDOX, ou seja, de transferência de electrões entre moléculas. A molécula que aceita os electrões denomina-se Oxidante e é reduzida, enquando a dadora de electrões se denomina Redutora e é oxidada.
É ao longo desta transferência, os electrões vão libertando a energia que tem em excesso, energia essa utilizada pelo cloroplasto para formar ATP (Adenosina Trifosfato) a partir de moléculas de ADP (Adenosina Difosfato) e Fosfato. Neste ponto, presenciamos a transformação de energia luminosa em energia química, que fica armazenada na ligação química que se estabeleceu para formar o ATP.
Ao longo desta transferência, os electrões perdidos pela clorofila são repostos pela molécula de água, através de um fenómeno denominado fotólise (desdobramento da molécula de água por acção da luz), que permite a separação dos átomos de hidrogénio do oxigénio, que é libertado pela planta para o meio ambiente. A molécula de água é composta por dois átomos de Hidrogénio e um de Oxigénio, unidos por ligações entre os dois electrões dos átomos de H e dois electrões do átomo de O. Ao doar electrões à clorofila, os átomos de H ficarão sem electrões para se ligar ao átomo de O, o que resulta na desmantelação da molécula de água. É deste fenómenos que resulta a produção de Oxigénio: a molécula de O é libertada para o ambiente.
Fase não dependente directamente da luz
Nesta fase ocorre o ciclo de Calvin, o qual podemos dividir em três fases:
Fase: Fixação do Carbono.Nesta fase ocorre a combinação do CO2 com um glícido formado por cinco átomos de carbono, RuDP (ribulose difosfato), dando origem a um composto intermédio, instável, com seis carbonos. Este composto dá, imediatamente, origem a duas moléculas com três átomos de carbono, denominadas PGA (fosfoglicérico).
Fase: Produção de compostos orgânicos.Nesta fase as moléculas de PGA são fosforiladas pelo ATP (recebem dele um grupo fosfato) e reduzidas pelo NADPH (recebem dele electrões), os quais foram produzidos durante a fase dependente da luz. Deste modo, forma-se PGAL (aldeído fosfoglicérico), que vai ser utilizado para a síntese de amido, de aminoácidos, de glícidos e de ácidos gordos.
Fase: Regeneração do aceitador.10 das 12 moléculas do PGAL são utilizadas para regenerar o RuDP, que por sua vez irá ser usado para se iniciar uma nova 1ª fase do ciclo de Calvin.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009


Célula
A célula é a unidade básica da vida. É a unidade estrutural e funcional de todos os seres vivos.
Os organismos multiplicam-se, reproduzem-se, sendo estes processos efectuados através das células. A forma de vida mais simples que é capaz de produzir cópias de si mesma, é a célula.
As células foram descobertas em 1665 por Robert Hooke, ao examinar lâminas de cortiça num microscópio rudimentar. Hooke observou cavidades poliédricas, às quais chamou células (do latim cella, pequena cavidade). Na prática observou paredes vegetais de células vegetais mortas.
As células são limitadas por uma membrana celular (citoplamática) e no seu interior contém uma solução aquosa, o citoplasma. No citoplasma encontram-se dispersas numerosas estruturas designadas no seu conjunto por organelos.
As células podem ser divididas em dois grandes grupos, consoante possuem ou não uma estrutura designadas por núcleo. De acordo com esta divisão temos as células: procarióticas e eucarióticas.
As células procarióticas não possuem núcleo e o prefixo pro, significa anterior e karyon provém do grego noz ou amêndoa, que é semelhante à forma que um núcleo apresenta numa célula. As células eucarióticas apresentam núcleo, onde o prefixo eu- quer dizer verdadeiro, ou seja, células que apresentam um verdadeiro (eu) núcleo (karyon).
As células procarióticas são relativamente simples (comparativamente às eucarióticas) e são as que se encontram nas bactérias e cianófitas ("algas" azuis ou cianobactérias). São organismos unicelulares constituídos por uma só célula.
célula procariótica:

As células eucarióticas podem ser encontradas em seres unicelulares e pluricelulares. São células complexas que se encontram nos animais, plantas e fungos.

célula eucariótica animal:

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009


Declínios e Extinções

De uma forma mais ou menos rápida, o declínio de uma espécie ocorre quando nas suas populações a mortalidade excede a natalidade e a emigração excede a imigração. Se este curso se mantiver, a extinção acontece, ou seja , a espécie desaparece de parte ou da totalidade da sua área de distribuição. Em geral, a extinção de uma espécie não acontece simultaneamente em toda a sua área de ocorrência. Começa com extinções locais isoladas, quando as condições ambientais se degradam. Frequentemente as extinções locais são desencadeadas quando, por destruição de habitat, os indivíduos desalojados não encontram habitat adequado; começam então a ocupar habitat marginal e podem reduzir a sua taxa de reprodução ou sucumbir à predação e falta de recursos. À medida que o habitat se torna mais fragmentado, a distribuição da espécie vai-se reduzindo a pequenos núcleos populacionais isolados, com reduzido contacto com outras populações da mesma espécie. Como resultado, estas pequenas populações ficam fragilizadas e com uma capacidade reduzida de resistir às alterações ambientais.
As extinções acontecem actualmente a um ritmo acelerado. Foi estimado que diariamente se extinguem cerca de 100 espécies, a maior parte delas ainda desconhecidas para a ciência. O maior número de extinções terá ocorrido apartir do século XVII, calculando-se que desde então tenham desaparecido do nosso planeta cerca de 486 espécies animais e 600 de plantas, e que outras 3565 espécies animais e 22137 de plantas estejam actualmente ameaçadas de extinção. O Novo Mundo e a Ásia têm a maior contribuição para o actual cenário de perda de espécies, sendo a Indonésia,India, Brasil e China os países com maior número total de espécies de mamíferos e aves ameaçadas. Quanto às plantas, o seu declínio faz-se sentir sobretudo na América do Sul e Central, África Central e Ocidental e no Sudoeste Asiático.Embora a extinção seja um processo natural, tendo-se registado ao longo dos milhões de anos da história da Terra o aparecimento e desaparecimento de inúmeras espécies, sabe-se que mais de 75% das extinções históricas foram provocadas por acção do Homem.

Recuperar espécies em risco: uma operação por passos
Na perspectiva da conservação da biodiversidade do nosso planeta, têm-se dirigido muitos esforços no sentido de controlar a extinção das espécies. Neste processo, o primeiro passo é identificar quais as espécies que se encontram em risco de extinção, ou seja, avaliar o estatuto de ameaça das espécies. Nesta avaliação, confundir abundância com invulnerabilidade é um erro frequente; com efeito, uma espécie em declínio pode ser relativamente comum até pouco antes de se tornar rara. Basicamente, os declínios podem ser detectados através da avaliação da tendência populacional, traduzida na variação do número de indivíduos. Mas a contracção da área de ocorrência de uma espécie é outro um sinal de potencial problema, que também evidencia um declínio. Numa tentativa de classificar as espécies em função do seu risco de extinção, a UICN (Union International pour la Conservation de la Nature) define diferentes categorias de ameaça para as espécies, tendo em conta critérios objectivos como a taxa do seu declínio, a dimensão da sua área de distribuição e o tamanho actual da população: Criticamente Em Perigo, Em Perigo, Vulnerável. A estas categorias estão associadas diferentes probabilidades de extinção.Nas aves, grupo particularmente bem estudado, 11% das espécies conhecidas foram classificadas como estando ameaçadas de extinção, estando 168 catalogadas como Criticamente em Perigo, 235 como Em Perigo e 704 como Vulneráveis. Prevê-se que, se não se tomarem medidas adequadas, 400 espécies de aves desaparecerão nos próximos 100 anos, das quais 200 nos próximos 20 anos e 100 nos próximos 5-10 anos.

O segundo passo a dar no sentido de evitar a extinção é identificar as causas do declínio. Para compreender quais os factores que estão a conduzir uma espécie à extinção e como estão a actuar, é fundamental ter um sólido conhecimento de base da biologia e ecologia da espécie em causa.
Os factores que levam uma espécie ao declínio podem ser de vária ordem. A alteração do habitat (perda ou degradação) é avançada como a causa dominante das extinções. A introdução de espécies é também um factor relevante: as espécies exóticas podem predar, competir ou provocar distúrbios nas espécies indígenas, calculando-se que o impacto de animais introduzidos esteja implicado em c. 40% das extinções históricas. A sobreexploração pelo homem, por exemplo através da caça ou da pesca, é outro factor frequente de declínio. A contaminação ambiental, as doenças e a consanguinidade são ainda factores importantes.
Poucos destes factores actuam isoladamente; é frequente que exerçam efeito em conjunto, quer em simultâneo quer em sequência.
Por fim, o último passo na sequência de recuperação das espécies em perigo de extinção é inverter a tendência de declínio, removendo ou neutralizando os seus agentes. Esta intervenção, se concebida como um evento experimental, tem o poder de confirmar o diagnóstico feito e de avaliar o sucesso da operação.
São vários os processos de inversão da extinção das espécies. Frequentemente, tem de se recorrer a suplementação de recursos, quer de alimento quer de locais de reprodução ou abrigo, através de uma correcta gestão do habitat. O controle das perdas populacionais directas, resultantes de sobreexploração, predação, doença ou contaminação ambiental, que subtraem indivíduos ao efectivo populacional, é também uma medida importante; este efeito consegue-se através de legislação e educação, e de erradicação e controle de predadores, de parasitas e de competidores.
Muitas situações exigem o reforço das populações, por adição de indivíduos, podendo ser usados para tal indivíduos selvagens (translocação) ou criados em cativeiro. Esse aumento do efectivo populacional pode ser efectuado para ultrapassar os riscos de a população ser demasiado pequena ou mesmo para estabelecer de novo uma população na natureza.
A experiência de recuperação de espécies ameaçadas de extinção, obtida ao longo dos anos, indica que apenas acções concertadas em locais estratégicos do globo, com grande incidência de declínios, podem inverter esta tendência global.
Os exemplos de extinções longínquas e de recuperações próximas bem sucedidas são lições que orientam os passos a dar neste futuro da conservação da Natureza.
A extinção do Dodo Raphus cucullatus é um facto irreversível. Ocorreu no século XVII, na sequência da chegada dos portugueses e holandeses às Ilhas Mascarenhas, no Pacífico. Para além da caça, a introdução de porcos e macacos, que não só competiram pelo alimento como predaram ovos e crias, teve um efeito decisivo naquela espécie de ave que, sem capacidade de vôo e nada adaptada a uma tão rápida e drástica alteração ambiental, acabou por sucumbir.
CADEIA ALIMENTAR

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009






O que é um sismo?
Um sismo é um fenómeno natural consequente de uma quebra mais ou menos violenta no interior da crosta terrestre, que consiste na oscilação das placas tectónicas. Este fenómeno provoca oscilações que se transmitem a uma área envolvente.
Usualmente os sismos devem-se a deslocamentos ao longo de falhas geológicas existentes entre as placas tectónicas que constituem a superfície terrestre. Estas movimentam-se entre si.

Quanto tempo dura um sismo?
A duração de um sismo varia desde poucos segundos a dezenas de segundos, invulgarmente excedendo um minuto. Depois de um sismo principal há usualmente reajustamentos de rochas que provocam sismos mais fracos. Estes pequenos sismos são denominados réplicas.
Podemos prever um sismo?
Apesar de muitos cientistas estarem a estudar este assunto ainda não é possível prever um sismo. No entanto é possível minimizar os seus destroços, identificando zonas de maior risco. Estes destroços podem ser diminuídos construindo estruturas mais firmes, desenvolvendo a educação da população (principalmente no que diz respeito às medidas de segurança a serem tomadas) e organizando um plano de emergência.
Os sismos em Portugal continental
Os dados disponibilizados pelo Instituto de Meteorologia demonstram que a actividade sísmica do território português resulta de fenómenos localizados na fronteira entre as placas euro-asiática e africana (sismicidade interplaca) e de fenómenos localizados no interior da placa euro-asiática (sismicidade intraplaca).
Em função do enquadramento geodinâmico regional do território continental português verifica-se que a sismicidade, associada a falhas activas apresenta dois casos distintos:
. Para sismos gerados no oceano (sismos interplacas) a sua sismicidade pode considera-se elevada. Os sismos apresentam magnitudes elevadas e períodos de retorno de algumas centenas de anos;
. Para sismos intraplaca a sismicidade é moderada passando a baixa nas zonas situadas no norte de Portugal. Este facto não significa que nestas zonas não possam ocorrer sismos de magnitudes significativas mas que os seus períodos de retorno são da ordem dos milhares a dezenas de milhares de anos.
A carta das máximas intensidades observadas até à actualidade, permite-nos concluir que o risco sísmico no Continente é significativo: as maiores concentrações demográficas situam-se no seu litoral, precisamente nas áreas de maiores intensidades sísmicas observadas. A entidade responsável pela vigilância sísmica em Portugal é o Instituto de Meteorologia, que apresenta semanalmente um resumo da sismicidade ocorrida no Continente
Efeitos dos sismos(valores em escala de Mercalli)
Os sismos podem ser lidos em várias escalas, hoje vamos usar a de Mercalli:
. Grau 1: no grau 1(nível mais baixo) os sismos passam despercebidos.
. Grau 2: as pessoas a dormir em andares mais altos sentem um certo movimento.
. Grau 3: os objectos começam a oscilar.
. Grau 4: os objectos chocalham e os carros estacionados balançam.
. Grau 5: toda a gente sente os movimentos, os líquidos derramam, os quadros balançam e as portas abanam.
. Grau 6: existe dificuldade em caminhar, as janelas partem-se, os quadros caem e o estuque racha.
. Grau 7: as pessoas caem e as chaminés racham.
. Grau 8: os carros são difíceis de controlar, as paredes desfazem-se e as chaminés caem.
. Grau 9: alguns edifícios ruem, o solo racha e os canos soltam-se.
. Grau 10-11: os edifícios ficam reduzidos a ruínas e ocorrem derrocadas de terras nas colinas.
. Grau 12: destruição total.
Que fazer antes de um sismo?
a) Procurar ler algo sobre sismos e seus efeitos
b) Em casa:
- Preparar a casa de forma a facilitar os movimentos em caso de sismo
- Estudar os locais de maior protecção
- Fixar os móveis e as botijas de gás à parede
- Coloque os objectos pesados ou de grande volume no chão ou nas estantes mais baixas
- Ensine a todos os familiares como desligar a electricidade e cortar a água e o gás
- Tenha à mão uma lanterna eléctrica e um transístor portátil e pilhas de reserva para ambos, bem como um extintor e um estojo de primeiros socorros
- Armazene água em recipientes de plástico fechados e alimentos enlatados para 2 ou 3 dias. Renove-os de tempos a tempos
c) Pense no que deve fazer quando ocorrer um terramoto e estiver:
- em sua casa
- em casa de amigos
- no local de trabalho
- numa sala de espectáculos
- na rua
d) Realize em casa ou no local de trabalho exercícios de treino das presentes medidas.
Que fazer durante um sismo?
a) EVITE 0 PÂNICO por todos os meios ao seu alcance. Mantenha serenidade e acalme as outras pessoas.b) SE ESTÁ EM CASA OU DENTRO DUM EDIFÍCIO:
- Nas habitações colectivas não vá para a rua. As saídas e escadas poderão estar obstruídas. Nunca utilize os elevadores.
- Tenha cuidado com a queda de objectos, candeeiros ou móveis
- Mantenha-se afastado das janelas, espelhos e chaminés
- Proteja-se no vão de uma porta interior, no canto de uma sala ou debaixo de uma mesa ou mesmo de uma cama
c) SE ESTÁ NA RUA:
- Dirija-se para um local aberto, com calma e serenidade.
- Enquanto durar o sismo não vá para casa
- Mantenha-se afastado dos edifícios velhos, altos ou dos postos de electricidade e outros objectos que lhe possam cair em cima.
- Afaste-se de taludes ou muros que possam desabar
d) SE ESTÁ NUM LOCAL COM MUITA GENTE (CINEMA; ETC):
- Não se precipite para as saídas.
e) SE VAI A CONDUZIR:
- Pare a viatura afastada de edifícios, muros, taludes, postes e cabos eléctricos, e permaneça dentro dela.
Que fazer depois de um sismo?
a) Nos primeiros minutos após:
- Domine o PÂNICO Mantenha a calma. Vá pensando no que deve fazer.
- Não se precipite para a escada ou para as saídas
- Conte com a ocorrência de uma possível réplica
- Não fume nem faça lume. Não ligue os interruptores. Pode haver fugas de gás ou curto circuitos. Utilize a lanterna eléctrica.
- Corte a água e o gás, desligue a electricidade
- Calce sapatos e proteja a cabeça e a cara com um casaco, uma manta, um capacete ou um objecto resistente e prepare agasalho.
- Verifique se há incêndios. Tente apagá-los. Se o não conseguir, avise os Bombeiros da sua zona
- Verifique se há feridos e preste-lhes os primeiros socorros se necessário. Se houver feridos graves não os remova a menos que corram perigo
- Limpe os produtos inflamáveis que se tenham derramado (álcool, tintas, etc.)
- Se puder solte os animais domésticos. Eles tratarão de si próprios.
- Afaste-se da costa marítima. Pode ocorrer uma onda gigante (tsunami)
- Ligue o transístor e cumpra as recomendações que ouvir pela rádio
b) Nas horas seguintes:
- Mantenha a calma e cumpra as instruções que a rádio difundir. Esteja preparado para outros abalos (réplicas) que costumam suceder-se ao sismo principal
- Se encontrar feridos graves, chame as equipas de socorro para promover a sua evacuação
- Se houver pessoas soterradas, informe as equipas de salvamento. Entretanto se for capaz, sem perigo, de os começar a libertar, tente fazê-lo retirando os escombros um a um, começando pelo de cima. Não se precipite, não agrave a situação dos feridos ou a sua própria.
-Evite passar por onde haja fios eléctricos soltos e tocar em objectos metálicos em contacto com eles
- Não beba água de recipientes abertos sem a ter examinado e filtrado por coador, filtro ou simples pano lavado
- Verifique se os canos de esgoto estão em bom estado e permitem utilização
- Não utilize o telefone excepto em caso de extrema urgência (ferido grave, fuga de gás, incêndio, etc.)
- Não propague boatos que podem causar muitos danos após uma catástrofe
- Coma alguma coisa. Sentir-se-á melhor e o seu moral ficará reforçado e portanto mais capaz de ajudar os outros
- Se a sua casa estiver muito danificada abandone-a. Reúna os recipientes de água, os alimentos e os medicamentos necessários (cardíacos, diabéticos, etc.)
- Acate as instruções que a rádio difundir
- Não preocupe com os edifícios com grandes estragos nem se aproxime das estruturas danificadas
- Acalme os seus familiares, os mais jovens e os idosos. São os que mais sofrem com o medo
- Corresponda aos apelos que forem divulgados e caso lhe seja possível colabore com as equipas de socorro
- Não circule pelas ruas para observar o que aconteceu. Liberte-as para as viaturas de socorro.

sábado, 10 de janeiro de 2009